No início do caminho tinha:
uma gata de olhos verdes,
um tabuleiro e peças de xadrez,
uma taça de vinho tinto de Falerno,
uma edição autografada do Inferno,
um disco de vinil dos Saltimbancos
e um CD do Wandula --
súbito a gata de olhos verdes pergunta:
"Por que é que sempre dizem o Wandula,
e não a Wandula?" --
prontamente as peças de xadrez
começam a cantar e a dançar
uma complexa coreografia sobre o tabuleiro,
enquanto as palavras da edição do Inferno
entram em combustão espontânea
provocando silenciosas explosões policromáticas
na taça de vinho,
quando então os quatro Saltimbancos
saem de dentro do encarte do disco
e atabalhoadamente apagam as chamas das palavras,
após o quê a gata dos Saltimbancos
diz à gata de olhos verdes:
"Miéé: eu também sempre achei isso muito estranho,
porque Wandula é o diminutivo em polonês de Wanda...
Mas talvez fosse ainda mais estranho
se em vez disso dissessem a Wandula..."
Nisso todos se entreolham
com as pupilas ardendo em mistério:
ouve-se um grito vindo da esquina do cemitério
e...
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segunda-feira, janeiro 30, 2012
sexta-feira, janeiro 27, 2012
CARTA DE OBSTINADOS EXERCÍCIOS LITERÁRIOS, PLÁSTICOS, PAISAGÍSTICOS E MUSICAIS, PARA TENTAR CONVENCER A MULHER AMADA A VIR MORAR COM O AUTOR
Foi numa fria, alegre e triste madrugada,
daquelas que um Camões casmurro cantaria.
Foi numa quente, triste e alegre pós-noitada,
das que um Cervantes antes rindo choraria.
Foi quando, farto já de prosa e de poesia,
eu quis versar nós dois em artes de outra alçada,
pois, em contraste, a falta que você fazia
virou imagem, cor, flor, nota assim tocada:
você posava aqui comigo o tempo todo
sendo pra mim tela e jardim que pinto e podo
e deixo livre, abstrata, clássica, como é.
Eu pra você sou todo um naipe de metais:
trompa, trompete, clarinete, flauta. E mais:
sax alto...sax tenor...flautim...fagote...oboé...
_____________________________________________________
daquelas que um Camões casmurro cantaria.
Foi numa quente, triste e alegre pós-noitada,
das que um Cervantes antes rindo choraria.
Foi quando, farto já de prosa e de poesia,
eu quis versar nós dois em artes de outra alçada,
pois, em contraste, a falta que você fazia
virou imagem, cor, flor, nota assim tocada:
você posava aqui comigo o tempo todo
sendo pra mim tela e jardim que pinto e podo
e deixo livre, abstrata, clássica, como é.
Eu pra você sou todo um naipe de metais:
trompa, trompete, clarinete, flauta. E mais:
sax alto...sax tenor...flautim...fagote...oboé...
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quinta-feira, janeiro 26, 2012
Mais um sonho de Edgar Allan Poe, em duas versões
UM SONHO
Nas visões da noite escura
Eu sonhei do amor partido--
Mas um sonho de luz pura
Deixou meu peito perdido.
Não é o sonho complicado
A quem cujo olhar se molda
Nas coisas à sua volta
E em raio voltado ao passado?
Aquele sonho sagrado,
Enquanto o mundo zombava,
Me alegrou qual adorável
Alma-guia solitária.
Que importam luz, tempestade,
Noite trêmula à distância--
Haveria mais radiância
Que o dia-estrela da Verdade?
Edgar Allan Poe
versão brasileira:
Ivan Justen Santana
* * *
UM SONHO
Andando às cegas pelas ruas, eu vi
Visões do amor, tateando às escuras,
Mas um sonho de luz, sem amarguras,
Desviou meu coração e eu me perdi.
Que sonho eu não teria se em meus olhos,
Em vez de escuridão e passado,
Visse meu ser pulsando feito um raio
Ressuscitando meus próprios miolos?
Aquele sonho, como por encanto,
Alegrou-me e deixou-me vigilante,
Enquanto zombava toda a humanidade.
Que importa o relâmpago ofuscar tanto?
O que poderia ser mais brilhante
Se em plena luz luzia a Verdade?
Edgar Allan Poe
versão brasileira:
Antonio Thadeu Wojciechowski
Ivan Justen Santana
para confrontar com o texto original, clique aqui
Nas visões da noite escura
Eu sonhei do amor partido--
Mas um sonho de luz pura
Deixou meu peito perdido.
Não é o sonho complicado
A quem cujo olhar se molda
Nas coisas à sua volta
E em raio voltado ao passado?
Aquele sonho sagrado,
Enquanto o mundo zombava,
Me alegrou qual adorável
Alma-guia solitária.
Que importam luz, tempestade,
Noite trêmula à distância--
Haveria mais radiância
Que o dia-estrela da Verdade?
Edgar Allan Poe
versão brasileira:
Ivan Justen Santana
* * *
UM SONHO
Andando às cegas pelas ruas, eu vi
Visões do amor, tateando às escuras,
Mas um sonho de luz, sem amarguras,
Desviou meu coração e eu me perdi.
Que sonho eu não teria se em meus olhos,
Em vez de escuridão e passado,
Visse meu ser pulsando feito um raio
Ressuscitando meus próprios miolos?
Aquele sonho, como por encanto,
Alegrou-me e deixou-me vigilante,
Enquanto zombava toda a humanidade.
Que importa o relâmpago ofuscar tanto?
O que poderia ser mais brilhante
Se em plena luz luzia a Verdade?
Edgar Allan Poe
versão brasileira:
Antonio Thadeu Wojciechowski
Ivan Justen Santana
para confrontar com o texto original, clique aqui
quarta-feira, janeiro 25, 2012
SONHOS DENTRO DE SONHOS
Toma este beijo na testa!
Em despedida me resta
Te compor esta seresta:
Pois bem certa me dizias
Serem sonhos os meus dias;
Porém se a esperança foi-se
Num só dia ou numa noite,
Numa só visão, ou não,
Aumenta assim a ilusão?
Se só vemos ou supomos
Sonhos dentro de outros sonhos.
Fico aqui em meio aos rugidos
De oceanos enfurecidos,
Só retenho em minhas mãos
Das areias de ouro os grãos--
Poucos são, porém escorrem
Dos meus dedos sem socorro
Com meu choro-- com meu choro!
Ó Deus! Não posso detê-los
Apertando mais os dedos?
Ó Deus! Não posso salvar
Só um grão das ondas do mar?
Ou só vemos, só supomos,
Sonhos dentro de outros sonhos?
Texto original:
A Dream Within A Dream
Edgar Allan Poe
versão brasileira:
Ivan Justen Santana
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Em despedida me resta
Te compor esta seresta:
Pois bem certa me dizias
Serem sonhos os meus dias;
Porém se a esperança foi-se
Num só dia ou numa noite,
Numa só visão, ou não,
Aumenta assim a ilusão?
Se só vemos ou supomos
Sonhos dentro de outros sonhos.
Fico aqui em meio aos rugidos
De oceanos enfurecidos,
Só retenho em minhas mãos
Das areias de ouro os grãos--
Poucos são, porém escorrem
Dos meus dedos sem socorro
Com meu choro-- com meu choro!
Ó Deus! Não posso detê-los
Apertando mais os dedos?
Ó Deus! Não posso salvar
Só um grão das ondas do mar?
Ou só vemos, só supomos,
Sonhos dentro de outros sonhos?
Texto original:
A Dream Within A Dream
Edgar Allan Poe
versão brasileira:
Ivan Justen Santana
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domingo, janeiro 22, 2012
UMA FÁBULA ALADA
Depois de uma noite saltando sozinho
topou o Grilinho sutil Borboleta
que linda lhe disse: “Pequeno Grilinho,
notei tua angústia, tão branca e tão preta...”
“Então, Borboleta, que devo eu fazer?
Não tenho mais gostos, não vejo mais graças...”
“Sossega, Grilinho, pois grande prazer
teremos nós juntos: te mostro o que faças...”
E assim ambos juntos voltaram ao sonho
que os dois despertaram na mente de um poeta,
o qual com saudades da Musa, tristonho,
criou esse amor: Grilinho & Borboleta...
* * *
topou o Grilinho sutil Borboleta
que linda lhe disse: “Pequeno Grilinho,
notei tua angústia, tão branca e tão preta...”
“Então, Borboleta, que devo eu fazer?
Não tenho mais gostos, não vejo mais graças...”
“Sossega, Grilinho, pois grande prazer
teremos nós juntos: te mostro o que faças...”
E assim ambos juntos voltaram ao sonho
que os dois despertaram na mente de um poeta,
o qual com saudades da Musa, tristonho,
criou esse amor: Grilinho & Borboleta...
* * *
DOMINGO DE SOL, NUM JARDIM (ou: UM CASO DE FUNGOS E RESMUNGOS)
Depois de beber aquele chá de flores astrais,
o cogumelo decidiu não desabrochar mais.
Já a minhoca, após meditar com seus anéis,
assim discursou às cinzas de seu caro caracol:
“Eu já ouvi que o verme passeia na lua cheia!
Nossos colegas só queriam seu lugar ao sol...”
Enquanto isso, as lesmas, lerdas porém espertas,
descartam uma excursão com as lagartas
e permanecem debaixo das cobertas
das mesmas merdas.
* * *
o cogumelo decidiu não desabrochar mais.
Já a minhoca, após meditar com seus anéis,
assim discursou às cinzas de seu caro caracol:
“Eu já ouvi que o verme passeia na lua cheia!
Nossos colegas só queriam seu lugar ao sol...”
Enquanto isso, as lesmas, lerdas porém espertas,
descartam uma excursão com as lagartas
e permanecem debaixo das cobertas
das mesmas merdas.
* * *
sábado, janeiro 21, 2012
COMUM DE DOIS EM DOIS QUARTETOS: UM TERCEIRO POEMA
Novamente a S.L.C.T.
Um grilinho bateu as asas neste quarto.
Faltavam vinte para a meia-noite em ponto.
O céu, um coração que não sofreu infarto.
A lua, oculta ao olho tonto pronto monto.
Eu quis sofrer mas não assim sem ver você.
Ouvi feliz você dizer que me relê.
Você percebe a quantas vai nosso prazer.
Você comigo. Eu com você. Nós dois. Um ser.
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Um grilinho bateu as asas neste quarto.
Faltavam vinte para a meia-noite em ponto.
O céu, um coração que não sofreu infarto.
A lua, oculta ao olho tonto pronto monto.
Eu quis sofrer mas não assim sem ver você.
Ouvi feliz você dizer que me relê.
Você percebe a quantas vai nosso prazer.
Você comigo. Eu com você. Nós dois. Um ser.
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sexta-feira, janeiro 20, 2012
O CASAL IMAGINÁRIO: SÃO DE VERDADE
para S.L.C.T. (nosso opus dois)
Ele era um palhaço que não apavorava.
Ela havia sido astronauta plástica.
Ele tinha um lindo vulcão sem lava.
Ela tolerava até medida drástica.
Nos tempos de ontem em dia eles
amanheciam com as bocas cheias
dos gostos das próprias peles
dos rostos das mãos das meias.
Um romance datado mas sem fim.
Um épico tântrico: basta um minuto.
Uma horta trepando em seu jardim.
É só recordar e eu já me desemputo.
A felicidade dura uma eternidade.
Vontade e verdade: meu rubi & teu jade.
* * *
Ele era um palhaço que não apavorava.
Ela havia sido astronauta plástica.
Ele tinha um lindo vulcão sem lava.
Ela tolerava até medida drástica.
Nos tempos de ontem em dia eles
amanheciam com as bocas cheias
dos gostos das próprias peles
dos rostos das mãos das meias.
Um romance datado mas sem fim.
Um épico tântrico: basta um minuto.
Uma horta trepando em seu jardim.
É só recordar e eu já me desemputo.
A felicidade dura uma eternidade.
Vontade e verdade: meu rubi & teu jade.
* * *
quinta-feira, janeiro 19, 2012
ASSIMETRIA ASSIM
assimetria assim
tria em si
sim
ria
ser me ti
missa trai miss
assim assimetria
trem sitia
rim
ter
ias sem mim
ser saci mia a si
assimetria
assim
tri
sim
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tria em si
sim
ria
ser me ti
missa trai miss
assim assimetria
trem sitia
rim
ter
ias sem mim
ser saci mia a si
assimetria
assim
tri
sim
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quarta-feira, janeiro 18, 2012
A UNIÃO LIVRE
Minha mulher com a cabeleira de fogo de madeira
Com pensamentos de relâmpagos de calor
Com o talhe de ampulheta
Minha mulher com o talhe de lontra entre os dentes do tigre
Minha mulher com a boca de roseta e de buquê de estrelas de última grandeza
Com dentes de rastro de camundongo branco sobre a terra branca
Com a língua de âmbar e de vidro lixados
Minha mulher com a língua de hóstia apunhalada
Com a língua de boneca que abre e fecha os olhos
Com a língua de pedra incrível
Minha mulher com cílios de lápis de escrita de criança
Com sobrancelhas de borda de ninho de andorinha
Minha mulher com têmporas de ardósia de teto de estufa
E com vapor nas vidraças
Minha mulher com ombros de champanhe
E de fonte com cabeças de golfinhos sob o gelo
Minha mulher com punhos de fósforos
Minha mulher com dedos de acaso e de ás de copas
Com dedos de feno ceifado
Minha mulher com axilas de marta e de faia
Da noite de São João
De ligustro de ninho de acarás
Com braços de espuma de mar e de eclusa
E de mistura de trigo e de moinho
Minha mulher com pernas de foguete
Com movimentos de relojoaria e de desespero
Minha mulher com panturrilhas de fibra de sabugueiro
Minha mulher com pés de iniciais
Com pés de chaveiros com pés de pardais que bebem
Minha mulher com pescoço de cevada perolada
Minha mulher com a garganta de Vale d’ouro
De encontros no próprio leito da torrente
Com seios de noite
Com seios de toupeira marinha
Minha mulher com seios de cadinho de rubi
Com seios de espectro de rosa sobre o orvalho
Minha mulher com ventre de desdobra de leque dos dias
Com ventre de garra gigante
Minha mulher com dorso de ave que foge vertical
Com dorso de mercúrio
Com dorso de luz
Com a nuca de pedra rolada e de giz molhado
E de queda de um copo do qual se acaba de beber
Minha mulher com ancas de barquilha
Com ancas de candelabro e de penas de flechas
E de hastes de pluma de pavão branco
De balanço insensível
Minha mulher com nalgas de arenito e de amianto
Minha mulher com nalgas de dorso de cisne
Minha mulher com nalgas de primavera
Com sexo de gladíolo
Minha mulher com sexo de mina aurífera e de ornitorrinco
Minha mulher com sexo d’algas e de bombons antigos
Minha mulher com sexo de espelho
Minha mulher com olhos cheios de lágrimas
Com olhos de panóplia violeta e de agulha imantada
Minha mulher com olhos de savana
Minha mulher com olhos d’água para beber na prisão
Minha mulher com olhos de madeira sempre sob o machado
Com olhos de nível d’água de nível do ar da terra e de fogo
André Breton
Tradução:
Monica Berger
Ivan Justen Santana
Suzel
Barbara Skolimowska
Raquel Frotta
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Com pensamentos de relâmpagos de calor
Com o talhe de ampulheta
Minha mulher com o talhe de lontra entre os dentes do tigre
Minha mulher com a boca de roseta e de buquê de estrelas de última grandeza
Com dentes de rastro de camundongo branco sobre a terra branca
Com a língua de âmbar e de vidro lixados
Minha mulher com a língua de hóstia apunhalada
Com a língua de boneca que abre e fecha os olhos
Com a língua de pedra incrível
Minha mulher com cílios de lápis de escrita de criança
Com sobrancelhas de borda de ninho de andorinha
Minha mulher com têmporas de ardósia de teto de estufa
E com vapor nas vidraças
Minha mulher com ombros de champanhe
E de fonte com cabeças de golfinhos sob o gelo
Minha mulher com punhos de fósforos
Minha mulher com dedos de acaso e de ás de copas
Com dedos de feno ceifado
Minha mulher com axilas de marta e de faia
Da noite de São João
De ligustro de ninho de acarás
Com braços de espuma de mar e de eclusa
E de mistura de trigo e de moinho
Minha mulher com pernas de foguete
Com movimentos de relojoaria e de desespero
Minha mulher com panturrilhas de fibra de sabugueiro
Minha mulher com pés de iniciais
Com pés de chaveiros com pés de pardais que bebem
Minha mulher com pescoço de cevada perolada
Minha mulher com a garganta de Vale d’ouro
De encontros no próprio leito da torrente
Com seios de noite
Com seios de toupeira marinha
Minha mulher com seios de cadinho de rubi
Com seios de espectro de rosa sobre o orvalho
Minha mulher com ventre de desdobra de leque dos dias
Com ventre de garra gigante
Minha mulher com dorso de ave que foge vertical
Com dorso de mercúrio
Com dorso de luz
Com a nuca de pedra rolada e de giz molhado
E de queda de um copo do qual se acaba de beber
Minha mulher com ancas de barquilha
Com ancas de candelabro e de penas de flechas
E de hastes de pluma de pavão branco
De balanço insensível
Minha mulher com nalgas de arenito e de amianto
Minha mulher com nalgas de dorso de cisne
Minha mulher com nalgas de primavera
Com sexo de gladíolo
Minha mulher com sexo de mina aurífera e de ornitorrinco
Minha mulher com sexo d’algas e de bombons antigos
Minha mulher com sexo de espelho
Minha mulher com olhos cheios de lágrimas
Com olhos de panóplia violeta e de agulha imantada
Minha mulher com olhos de savana
Minha mulher com olhos d’água para beber na prisão
Minha mulher com olhos de madeira sempre sob o machado
Com olhos de nível d’água de nível do ar da terra e de fogo
André Breton
Tradução:
Monica Berger
Ivan Justen Santana
Suzel
Barbara Skolimowska
Raquel Frotta
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terça-feira, janeiro 17, 2012
ÓBVIOS HAICAIS PARANAENSES
araucária
não dá
bonsai
pois aqui
quem é bom
também fica
quem sabe
esse estado
fica não fica
nos significa
* * *
(créditos a Bárbara Kirchner, do blogue Curitiba é um copo vazio cheio de frio, pelo texto do primeiro haicai acima)
* * *
não dá
bonsai
pois aqui
quem é bom
também fica
quem sabe
esse estado
fica não fica
nos significa
* * *
(créditos a Bárbara Kirchner, do blogue Curitiba é um copo vazio cheio de frio, pelo texto do primeiro haicai acima)
* * *
domingo, janeiro 15, 2012
DELÍRIOS SEXOPORÍFEROS
para (e com) S.L.C.T.
vontade de fazer tudo de novo:
chamar você rumo a melhor prazer;
bem zen qual tao no dharma alma a benzer;
o como topo o pomo o sorvo provo:
no corpo corvo o domo forço colombo ovo:
enchente embevecer em breve ser;
demente se embeber sem se perder;
voltar à tara quando em gozo chovo:
na sua nua lua atua a pluma:
aquela luz a qual das duas uma:
em dança em transe em tantra a ensandecer;
a gente sua junta massa e povo:
vontade de fazer tudo de novo:
ir com você de novo a mais prazer;...
...
vontade de fazer tudo de novo:
chamar você rumo a melhor prazer;
bem zen qual tao no dharma alma a benzer;
o como topo o pomo o sorvo provo:
no corpo corvo o domo forço colombo ovo:
enchente embevecer em breve ser;
demente se embeber sem se perder;
voltar à tara quando em gozo chovo:
na sua nua lua atua a pluma:
aquela luz a qual das duas uma:
em dança em transe em tantra a ensandecer;
a gente sua junta massa e povo:
vontade de fazer tudo de novo:
ir com você de novo a mais prazer;...
...
quarta-feira, janeiro 11, 2012
OS TEMPOS SIM TÃO MUDANDO
Cheguem pessoas
De todas as tribos
E admitam que as águas
Em volta subiram
E aceitem que logo
Estarão encharcadas
Se o seu tempo vale algum plano
Então comecem a nadar ou afundem na barca
Pois os tempos sim tão mudando
Cheguem os críticos
Profetas que escrevem
Abram bem os seus olhos
Chances não se repetem
Não falem tão cedo
Pois a roda a girar
Inda não apontou quem nem quando
E o vencido de agora amanhã vencerá
Pois os tempos sim tão mudando
Cheguem políticos
Atendam a chamada
Não parem na porta
Não obstruam a entrada
Pois quem sai ferido
É aquele que para
Tem uma guerra lá fora rondando
Logo quebra a janela e sacode a sua casa
Pois os tempos sim tão mudando
Cheguem as mães
Os avós, tios e pais
Não queiram provar
O que não entendem mais
Seus filhos e filhas
Tão além das suas leis
Sua velha estrada já vai definhando
Liberem caminho e respeitem a vez
Pois os tempos sim tão mudando
A linha traçada
A praga no ar
Quem hoje se arrasta
Amanhã vai voar
Este hoje presente
Logo fica pra trás
Esta ordem já vai se esgotando
E os que agora vão amanhã vão ficar
Pois os tempos sim tão mudando
canção original:
The Times They Are A-Changin'
Bob Dylan
versão brasileira:
Ivan Justen Santana
* * *
De todas as tribos
E admitam que as águas
Em volta subiram
E aceitem que logo
Estarão encharcadas
Se o seu tempo vale algum plano
Então comecem a nadar ou afundem na barca
Pois os tempos sim tão mudando
Cheguem os críticos
Profetas que escrevem
Abram bem os seus olhos
Chances não se repetem
Não falem tão cedo
Pois a roda a girar
Inda não apontou quem nem quando
E o vencido de agora amanhã vencerá
Pois os tempos sim tão mudando
Cheguem políticos
Atendam a chamada
Não parem na porta
Não obstruam a entrada
Pois quem sai ferido
É aquele que para
Tem uma guerra lá fora rondando
Logo quebra a janela e sacode a sua casa
Pois os tempos sim tão mudando
Cheguem as mães
Os avós, tios e pais
Não queiram provar
O que não entendem mais
Seus filhos e filhas
Tão além das suas leis
Sua velha estrada já vai definhando
Liberem caminho e respeitem a vez
Pois os tempos sim tão mudando
A linha traçada
A praga no ar
Quem hoje se arrasta
Amanhã vai voar
Este hoje presente
Logo fica pra trás
Esta ordem já vai se esgotando
E os que agora vão amanhã vão ficar
Pois os tempos sim tão mudando
canção original:
The Times They Are A-Changin'
Bob Dylan
versão brasileira:
Ivan Justen Santana
* * *
terça-feira, janeiro 10, 2012
UM PAR DE PARCERIAS PORNOAMOROSAS
com a bela Kaley Michelle
minha verdade não me tira: fica
a tua pista doa a própria dica
o beijo dela na boca dele: cuíca
a nossa bola já são duas quando quica
vosso expoente radicaliza a raiz rica
plural deles-delas: soma, subtrai e mica
toda paixão em dividir se multiplica
* * *
quero sacanagem e amor
quero putaria com paixão
quero carinho mais malícia
sem ter que rimar amor e dor
sem se pautar só pelo tesão
sem precisar ligar para a polícia
* * *
minha verdade não me tira: fica
a tua pista doa a própria dica
o beijo dela na boca dele: cuíca
a nossa bola já são duas quando quica
vosso expoente radicaliza a raiz rica
plural deles-delas: soma, subtrai e mica
toda paixão em dividir se multiplica
* * *
quero sacanagem e amor
quero putaria com paixão
quero carinho mais malícia
sem ter que rimar amor e dor
sem se pautar só pelo tesão
sem precisar ligar para a polícia
* * *
segunda-feira, janeiro 09, 2012
O AMOR IMPOSSÍVEL: REALIZADO
O choro que me veio veio como veio
E aí passei de mim para todos, todas
As canções feito aquela, a que ouvi no passeio
De táxi ao Lago Azul, a uma festa entre rodas.
A verdadeira descoberta foi o amor
Impossível tornado possível, irreal
Realizado sabe-se lá como for,
Como foi, como flor, como vem, como qual.
O que achei que entendi foi mais que só o amor:
Foi feito entendesse a natureza felina,
A flora e fauna, o tom do ronronar, a cor,
Aquilo que é dela, bem dela, bem ali na...
Enfim: não sós. Assim: sem nós. Por mim: nem pós.
O que antes sempre vou amar agora e após.
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E aí passei de mim para todos, todas
As canções feito aquela, a que ouvi no passeio
De táxi ao Lago Azul, a uma festa entre rodas.
A verdadeira descoberta foi o amor
Impossível tornado possível, irreal
Realizado sabe-se lá como for,
Como foi, como flor, como vem, como qual.
O que achei que entendi foi mais que só o amor:
Foi feito entendesse a natureza felina,
A flora e fauna, o tom do ronronar, a cor,
Aquilo que é dela, bem dela, bem ali na...
Enfim: não sós. Assim: sem nós. Por mim: nem pós.
O que antes sempre vou amar agora e após.
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sábado, janeiro 07, 2012
PORTÕES DO ÉDEN
(Gates Of Eden, de Bob Dylan)
versão brasileira:
Ivan Justen Santana
De guerra e paz a verdade contrai-se
Desliza e recolhe as asas
Nas nuvens-bosques de quatro patas
O anjo caubói cavalga
Empunha uma vela acesa ao sol
E ela brilha em cera negra
Sempre exceto entre os troncos do Éden
O poste estaca de braços cruzados
Suas garras de ferro atadas
A guias rachadas onde bebês gemem
Embora oculte insígnias metálicas
Tudo e todos só levam seus tombos
Com ruídos vazios de estrondos
Não vem nenhum som dos Portões do Éden
O atroz soldado enfia a cabeça na areia
E então se queixa
Ao caçador descalço que mesmo já surdo
Ainda espreita
Na praia onde cães de caça ladram
Aos navios de velas tatuadas
Que rumam aos Portões do Éden
Com uma agulha de bússola oxidada
Aladim com a lâmpada mágica
Abanca-se junto a eremitas utópicos
Acavalados num Bezerro Dourado
E às promessas deles quanto ao céu
Não se ouve qualquer gargalhada
Nunca exceto além dos Portões do Éden
Relações de sujeições
Sussurram em ruflares de asas
Aos condenados a agir de acordo
E a esperar sucessivos monarcas
E eu tento em canto harmonizar
Um solitário pardal
Não há monarcas além dos Portões do Éden
Madona negra de motocicleta
Rainha cigana sobre rodas
Com sua causa de espectrais pratas
Que o duende de terno brada
Chorando às bicadas das aves malvadas
Que caçam o pecado em migalhas
Não há pecados além dos Portões do Éden
Os reinos das Experiências
Ao vento precioso apodrecem
E os pobres seguem fazendo trocas
Querendo uns o que outros querem
Enquanto princesa e príncipe discutem
O que é real e o que não procede
E que pouco importa além dos Portões do Éden
O sol forasteiro olha de soslaio
Uma cama que nunca é minha
Enquanto amigos e outros estranhos
Procuram livrar-se das sinas
Deixando os humanos totalmente livres
A tudo exceto o final da vida
E não há tribunais além dos Portões do Éden
E a minha amante ao amanhecer
Me conta sobre seus sonhos
Não tenta cobrir vislumbres ali
Nas valas em que estão postos
Às vezes eu penso que não há outras
Frases verdadeiras a não ser essas
E não há verdades aquém dos Portões do Éden
_________________________________________________
versão brasileira:
Ivan Justen Santana
De guerra e paz a verdade contrai-se
Desliza e recolhe as asas
Nas nuvens-bosques de quatro patas
O anjo caubói cavalga
Empunha uma vela acesa ao sol
E ela brilha em cera negra
Sempre exceto entre os troncos do Éden
O poste estaca de braços cruzados
Suas garras de ferro atadas
A guias rachadas onde bebês gemem
Embora oculte insígnias metálicas
Tudo e todos só levam seus tombos
Com ruídos vazios de estrondos
Não vem nenhum som dos Portões do Éden
O atroz soldado enfia a cabeça na areia
E então se queixa
Ao caçador descalço que mesmo já surdo
Ainda espreita
Na praia onde cães de caça ladram
Aos navios de velas tatuadas
Que rumam aos Portões do Éden
Com uma agulha de bússola oxidada
Aladim com a lâmpada mágica
Abanca-se junto a eremitas utópicos
Acavalados num Bezerro Dourado
E às promessas deles quanto ao céu
Não se ouve qualquer gargalhada
Nunca exceto além dos Portões do Éden
Relações de sujeições
Sussurram em ruflares de asas
Aos condenados a agir de acordo
E a esperar sucessivos monarcas
E eu tento em canto harmonizar
Um solitário pardal
Não há monarcas além dos Portões do Éden
Madona negra de motocicleta
Rainha cigana sobre rodas
Com sua causa de espectrais pratas
Que o duende de terno brada
Chorando às bicadas das aves malvadas
Que caçam o pecado em migalhas
Não há pecados além dos Portões do Éden
Os reinos das Experiências
Ao vento precioso apodrecem
E os pobres seguem fazendo trocas
Querendo uns o que outros querem
Enquanto princesa e príncipe discutem
O que é real e o que não procede
E que pouco importa além dos Portões do Éden
O sol forasteiro olha de soslaio
Uma cama que nunca é minha
Enquanto amigos e outros estranhos
Procuram livrar-se das sinas
Deixando os humanos totalmente livres
A tudo exceto o final da vida
E não há tribunais além dos Portões do Éden
E a minha amante ao amanhecer
Me conta sobre seus sonhos
Não tenta cobrir vislumbres ali
Nas valas em que estão postos
Às vezes eu penso que não há outras
Frases verdadeiras a não ser essas
E não há verdades aquém dos Portões do Éden
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quinta-feira, janeiro 05, 2012
UM POEMA DE QUALQUER DIA DE REIS OU NEM SEQUER DIA SEIS PARA TODOS E TODAS VOCÊS
Não. Pois então. Hoje não é Dia de Reis.
Nem é o dia da canção Dia 36.
Porém os versos estão aqui pra vocês:
a quem me lê não por eu ser bola da vez,
nem graças a algum interesse em português,
nem pra saber mais sobre esse ano ou sobre o mês.
Por que me leem? Não sei. Sei é que ainda por cima
poesia não se faz só em função duma rima.
Por isso mesmo então: resolvi fazer este
pra entregar a vocês o que talvez nem preste,
mas que justifico aqui em si Justenmente
numa Santana vontade de Ivan ser gente,
compartilhar com tudo e todos essa simples
condição que sim vai vir com rima bem simples,
e me identificar assim sim com vocês:
quem vê em nunca quem sabe e em sempre até talvez.
...
Nem é o dia da canção Dia 36.
Porém os versos estão aqui pra vocês:
a quem me lê não por eu ser bola da vez,
nem graças a algum interesse em português,
nem pra saber mais sobre esse ano ou sobre o mês.
Por que me leem? Não sei. Sei é que ainda por cima
poesia não se faz só em função duma rima.
Por isso mesmo então: resolvi fazer este
pra entregar a vocês o que talvez nem preste,
mas que justifico aqui em si Justenmente
numa Santana vontade de Ivan ser gente,
compartilhar com tudo e todos essa simples
condição que sim vai vir com rima bem simples,
e me identificar assim sim com vocês:
quem vê em nunca quem sabe e em sempre até talvez.
...
quarta-feira, janeiro 04, 2012
GUARATUBA. CAIEIRAS. 4/1/2012.
Esta vontade de fazer versinhos
não terminou nem quando eu disse: "Sim, os
versinhos são dispensáveis na praia."
Senti que tinha fugido da raia,
como quem vaia a própria vaia e vai à
praia só porque precisa ir à praia.
Mas é verão. Verei. Preciso ver
no fim da dor o abismo do prazer
(e esta vontade de fazer versinhos...)
...
não terminou nem quando eu disse: "Sim, os
versinhos são dispensáveis na praia."
Senti que tinha fugido da raia,
como quem vaia a própria vaia e vai à
praia só porque precisa ir à praia.
Mas é verão. Verei. Preciso ver
no fim da dor o abismo do prazer
(e esta vontade de fazer versinhos...)
...
terça-feira, janeiro 03, 2012
PRA VOCÊ TER MEU AMOR
Quando a chuva sopra em sua face
E este mundo lhe parece de aço
Posso oferecer o meu abraço
Pra você ter meu amor
Quando as sombras e as estrelas vêm
E você chora mas não vem ninguém
Posso lhe abraçar pra sempre e além
Pra você ter meu amor
Sei que você inda não se decidiu
Mas nunca vou lhe embaraçar
Eu soube desde que a gente se viu
Onde é que seria o seu lugar
Triste e faminto eu não me abalaria
Eu me arrastava de noite e de dia
Nada nesse mundo eu não faria
Pra você ter meu amor
As tempestades vão varrendo o mar
Varrem a rua da amargura
Os ventos das mudanças vão soprar
Você vai ver que me procura
Posso fazer você feliz enfim
Os sonhos verdadeiros vêm assim
E eu voaria só pra ouvir seu sim
Pra você ter meu amor
canção original: Make You Feel My love,
de Bob Dylan
versão brasileira:
Ivan Justen Santana
clique aqui para conferir a belíssima interpretação
da cantora Adele
E este mundo lhe parece de aço
Posso oferecer o meu abraço
Pra você ter meu amor
Quando as sombras e as estrelas vêm
E você chora mas não vem ninguém
Posso lhe abraçar pra sempre e além
Pra você ter meu amor
Sei que você inda não se decidiu
Mas nunca vou lhe embaraçar
Eu soube desde que a gente se viu
Onde é que seria o seu lugar
Triste e faminto eu não me abalaria
Eu me arrastava de noite e de dia
Nada nesse mundo eu não faria
Pra você ter meu amor
As tempestades vão varrendo o mar
Varrem a rua da amargura
Os ventos das mudanças vão soprar
Você vai ver que me procura
Posso fazer você feliz enfim
Os sonhos verdadeiros vêm assim
E eu voaria só pra ouvir seu sim
Pra você ter meu amor
canção original: Make You Feel My love,
de Bob Dylan
versão brasileira:
Ivan Justen Santana
clique aqui para conferir a belíssima interpretação
da cantora Adele
segunda-feira, janeiro 02, 2012
GAROTA DO SUL DO PAÍS
(para Camila Melara)
Se você for à feira do sul
Onde os ventos castigam a fronteira
Dê lembranças àquela pessoa
Que foi minha paixão verdadeira
E se neve ou granizo caírem
Nos rios onde os verões são só instantes
Veja se ela veste um bom abrigo
Que a proteja dos ventos uivantes
Veja os cabelos dela, se longos
Se ao seu seio enrolando eles vêm
Veja os cabelos dela, tão longos
Da maneira que eu lembro tão bem
Imagino se ela ainda se lembra
Tantas vezes rezando eu pedia
Nessas trevas da minha noite
Nesses clarões do meu dia
Então se for até a feira do sul
Onde os ventos castigam a fronteira
Dê lembranças àquela pessoa
Que foi minha paixão verdadeira
inspiração e texto orginal:
Girl From The North Country,
de Bob Dylan
versão brasileira:
Ivan Justen Santana
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Se você for à feira do sul
Onde os ventos castigam a fronteira
Dê lembranças àquela pessoa
Que foi minha paixão verdadeira
E se neve ou granizo caírem
Nos rios onde os verões são só instantes
Veja se ela veste um bom abrigo
Que a proteja dos ventos uivantes
Veja os cabelos dela, se longos
Se ao seu seio enrolando eles vêm
Veja os cabelos dela, tão longos
Da maneira que eu lembro tão bem
Imagino se ela ainda se lembra
Tantas vezes rezando eu pedia
Nessas trevas da minha noite
Nesses clarões do meu dia
Então se for até a feira do sul
Onde os ventos castigam a fronteira
Dê lembranças àquela pessoa
Que foi minha paixão verdadeira
inspiração e texto orginal:
Girl From The North Country,
de Bob Dylan
versão brasileira:
Ivan Justen Santana
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domingo, janeiro 01, 2012
PROMESSA É DÚVIDA?
exorcizando tudo que é mau
e exercendo só o que me faz bem
quero passar o próximo carnaval
e prosseguir ainda mais além
fazendo aos outros o que queremos
sendo do jeito que eu quero ser eu
trocando figuras com as irmãs Lemos
e uns versos e prosas com o Thadeu
assim soltinho feito arroz com bosta
prometo blogar sem fazer muita pose
e desejo hoje até a quem nem me gosta
feliz entrada em dois mil e doze!
Ivan, num improviso de primeiro de janeiro
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e exercendo só o que me faz bem
quero passar o próximo carnaval
e prosseguir ainda mais além
fazendo aos outros o que queremos
sendo do jeito que eu quero ser eu
trocando figuras com as irmãs Lemos
e uns versos e prosas com o Thadeu
assim soltinho feito arroz com bosta
prometo blogar sem fazer muita pose
e desejo hoje até a quem nem me gosta
feliz entrada em dois mil e doze!
Ivan, num improviso de primeiro de janeiro
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