terça-feira, julho 13, 2004

Recebendo uma boa nova

Muito bem:
antes fosse uma mulher
nova e boa,
(recebe-la-ia assim, cordial)
mas de qualquer jeito
me fez bem
a boa notícia
que só pesquei
não faz mais
que duas horas:

os Picassos Falsos
estão de volta,
já há algum tempo.

Mais informações ali:

www.picassosfalsos.com.br

Interessante como a trajetória dessa banda
coincide com meu interesse pelo rock brasileiro.

Ascensão e apogeu nos anos oitenta,
a década de noventa passou quase em brancas,
e agora que voltei meus ouvidos
para nossa linda sonzeira curitibana
(Mordida, Criaturas, RoberSoulTheValsa,
Gato Preto, Maremotos, entre outras)
vem esse pessoal carioca novamente incomodar:

eles são ruins de bons, entendem?

Pelo menos pra mim, que curto o choque
de arte que não tem medo de soar ingênua
e assim soa forte:

"Sinto o mais distante
que o mais distante
é o melhor pra mim

"Vejo belas nuvens
tão belas nuvens
me carregam enfim

"A vez que penso
é a vez que choro
por alguém bem mais distante

"Que não vejo entre meus lençóis
estive quase, quase por lembrar
de um passado quando eu te via
entre minhas mãos, estávamos tão sós"

(...)

(trecho de letra de canção do disco
Supercarioca, de 1988)

Bom, meu nome rima com fã,
então quando eu gosto, babo mesmo.

Em homenagem bairrista,
vou experimentar digitar
mais um poema impromptu
(ninguém acreditará que
o soneto da postagem anterior
foi feito de improviso,
mas foi):

AS CRIATURAS MORDIDAS

Elas chegaram ignorando noite e dia.
Estavam perturbadas pela própria sabedoria:
sabiam que sabiam o que mais ninguém sabia,
um conhecimento que ninguém escolheria.

Elas chegaram para o autor desta poesia,
sugaram toda a sua carcaça de alegria,
acabaram com suas rimas
e sumiram.

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