sexta-feira, dezembro 02, 2011

Deblaterações autoctônicas em abstruso estilo poéticoprosaico

Meu prezado e caro eu mesmo dentrodemim cúpido, cuspido, estúpido e enterredado Ivan:

o que será que será que você nem não está despercebendo nesta semitonante existência inultilitimemente matem-a-temática? Ou (sejamos claros -- e docemente pornográficos, como queria Drummond com seu duromundo) melhor expressando, com afã e elã sem manhatantã:

qual é a sua?

Aonde você pensa que vai assim?

Pra que toda essa panca de nem nada quase coisa nenhuma e simplesmente tudo na necas de Curitipitibiriba?

Enfim:

foi alguma moça nua

que te deixou estatelado e apatetado desse jeito com cara-de-velhinho-do-Passeio-Público jogando biriba?

Ou terá sido alguma rima que novamente te atravessou a prosaica coloquialidade do ramerrão diário e te botou virando cambalhotas mentais no atravessar em diagonal as marechais em pleno trânsito de intranseuntes motoristas neurastênicos metendo os pés pelas mãos aos volantes?

Ou antes:
(e agora vem a dura realidade, prepare-se:)
-- terá sido esse seu autoproclamado surto poético, de variadas e multíplices produções-sublimações-da-loucura-mais-absoluta, e essa Virada Cultural, e esses teus recitais no Café Parangolé, e enfim todas essas festas de ontens-hojes-amanhãs -- terá sido só e simplesmente tudo isso que acabou por te deixar com a cuca fora da casinha -- o suficiente pra que você se desprendesse assim de mulher e filho e passasse agora à beira do completo desatino do destino, achando bonito correr o risco máximo, conforme apregoou o grande (e suicida, não esqueça disso) poeta Torquato Neto, o qual você manjou no youtube, na maviosa interpretação do superator Paulo José (cliquem e ouçam-vejam-leiam-saibam) ao som da música de grandes bambambans capitaneados por Jards Macalé?)

-- Foi ou é isso que é, meu Zé, meu pé, meu Pelé, meu capilé, meu Tomé Barnabé qual-é como-é-que-é, meu cara-de-quem-faz-o-que-quer-da-vida-e-assim-mesmo-de-si-mesmo-toma-olé?

Não sei. Sei lá. Em tom de ré:

acho que foi. Sigo não obstantemente cumprindo as obrigações mais imediatas. Agradeço a superegoica chamada na chincha. Mas vou continuar desse jeito questionável por enquanto. Sem mais comentários, entretanto. Até.

...

(to be continued -- ou: tupi continha, ué...)
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4 comentários:

rodrigo madeira disse...

volta pra casa, ivan!!

rodrigo bocó

Anônimo disse...

Porra, pelo jeito foi essa carne debilitada aí, que sei quem é.

Porra!

chico

Ivan disse...

Chico:

a carne pode ser debilitada:
todos sabemos que ela é fraca -

mas o espírito é forte.

Rodrigo:

fui e voltei - pra casa
mas chego antes - que nada -
de ter qualquer vontade
de ler o Júlio Almada :)

mas pode transcrever-me
o que quiser: bom verme,
eu devoro as carnesletras
que vierem
(e também as que se me derem)

;) valeu as visitas e comentários -- estamos vivendo tempos felizes, e o espetáculo do Careqa foi apenas uma das grandes situações que, entre muita gente legal e animada, temos compartilhado --

você se autoproclamar "bocó" é tão irônico que chega a não ser quase engraçado :P

Curitiba é um copo vazio cheio de frio disse...

O viver é mesmo essa 'doidêra', Ivan. A grande sacada é conseguirmos respirar fundo e permanecermos atentos ao mundo, esse Gigante incompreensível que nos assombra e consola.
Os dias passam ...
A família e os laços ficam.
Abraço forte,
PS. 'Apesardopesar' amei o texto.