É isso mesmo: chega de versinhos. Basta de poesia, metrificada ou não, difícil ou facinha, prosificadinha ainda em rimas ou o escambau a quatro. Agora é prosa mesmo, dialógica naquele... Ah, chega também de teorizações. Vamos falar com você.
Sim: você mesmo: não olhe pro lado: não repare os dois pontos: ouça bem: você mesmo, que não teve iniciativa nos momentos certos.
Você que faltou quando seria bom que estivesse presente, que não compareceu mesmo estando ali, na cara, na boca da botija. É. Na porra da boca da botija -- e digo mais: vou usar todo o vocabulário que aparecer: se você tem não-me-toques com palavrões, suma. Suma mesmo, porque o troço aqui vai virar trôço logo logo.
Você, sua anta atômica, seu nó na garganta apertada e apartada de qualquer tirocínio: você não soube agir e não soube explicar, não teve nem a manha de tentar se fazer entender. Ficou ali, até quem sabe achando que bastava deixar acontecer: e mesmo quando bastou, mesmo quando você se atreveu a pensar que era humildade: não era: era inércia, petulância, prepotência, falácia, complacência.
Eu vou te matar. Eu vou te matar dentro e fora de mim. Você perdeu e agora é tarde. Não passará desse final de ano. Não passará desta sexta-feira. Não passará da próxima hora. Não passará nem desse próximo minuto. Porque você já morreu. Ninguém avisou, mas agora estou fazendo essa preza: este é o seu fim. Engula. E bom proveito.
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