Quando o menino fez seus seis dias,
lia e sacava Drummond e Pessoa,
sorria a sua mãe e a seu pai,
e dormia como um anjo à toa.
Quando o menino fez sete semanas,
passava as noites sonhando muito,
e pai e mãe igualmente sonhavam,
todos talvez tendo o mesmo intuito.
Quando o menino fez cinco meses,
acordando de meia em meia hora—
mãe e pai já não se entendendo—
o tempo confuso como quem chora.
Quando o menino fez onze meses,
teve a primeira desilusão —
pai em seu surto, mãe com pulsão,
e as rimas não foram revelação.
Quando o menino faz hoje um ano,
a vida segue suave e violenta,
o pai aloprado — a mãe xaropenta,
e a gente celebra, finge que esquece a poesia ou nem lembra da prosa, e tenta, e aguenta, e comenta, e se inventa e venta a menta bolorenta e larga a vírgula e não esquenta e perde a rima mas recupera a razão insana ou sutil ou bacana e diz para se ver vário afã de sol em si com elã que não frustrem em santa gana um feliz aniversário ao Ian Nadolny Roland Justen Santana.
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quarta-feira, dezembro 28, 2011
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4 comentários:
Grande Ian, com pai aloprado e mãe xaropenta, sobreviverá forte e fagueiro aos surtos, por vezes traiçoeiros, que a vida nos apronta!
Grande Ivan, parabéns!
A chegada de um filho complica o operacional da vida em família, mas compensa essa complicação com dádivas de alegria e afetividade. Felizmente o lado operacional simplifica-se a cada dia que passa e a criança cresce, mas a afetividade, quando bem cultivada, cresce e frutifica. O primeiro aniversário é um rito de passagem, um momento de alegria, uma agulha mágica com que se podem remendar as rusgas e restabelecer os afetos. Sejam felizes!
SENSACIONAL!!!
Festa boa, menino bravo e forte, Ian Bambam. Pai de chapéu, mãe com saia de fenda. Casa alegre luz azul,amigos contentes. Eu gostei do mordedor. Os dentes sempre doem, os dentes sempre hão de doer.
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